sexta-feira, 29 de junho de 2007

Homenagem ao grande Mestre Jesus

Descobri este texto se querer e fez-me chorar tal a emoção que senti. Este é uma linda homenagem que faço - através da escrita do Paulo Geraldo - a esse Grande Ser de Luz, Jesus Cristo. Que Ele continue a influenciar a nossa vida tal como faz há 2000 anos.
Bem-hajas Paulo Geraldo

Quis abraçar-te. Havia a estrela, e aquela música tão diferente de todas as outras. Havia frio lá fora e tu estavas no aconchego da gruta. Havia ali Reis de joelhos, e todos olhavam para ti, e parecia que nada mais existia senão olhar para ti e querer abraçar-te.
Quis abraçar-te porque eras assim pequeno e sem defesa, e os meus braços me pareciam fortes. Porque me tinham dito que eras Aquele que tínhamos esperado; que eras tu o fruto da grande espera. E que ao abraçar-te se abririam caminhos novos, com cores novas; e que veríamos aquilo que antes não podíamos ver; e que conheceríamos a música que tinha estado escondida durante longos séculos.
Quis abraçar-te e estendi os braços e trouxe-te para o meu regaço. A tua Mãe olhava-nos com um olhar que era de orgulho e de encorajamento.
Abracei-te. E beijei-te. Pareceu-me que queria comer-te com beijos e que isso era possível.
E foi então que sucederam muitas coisas que não esperava. Não tinha conseguido deixar de fechar os olhos, e, enquanto te abraçava, senti que estreitava um corpo que se tinha tornado bem maior. Que suava, que sangrava, que tinha sido golpeado.
Estremeci e abri os olhos. Mas já não havia reis, nem presentes; nem eu te abraçava já. Não se ouvia a música. A gruta tinha-se tornado fria, e nas palhinhas estava deitado um leproso.
Saí, a correr, da gruta. Assustado. Onde estarias? Lá fora, a paisagem tornara-se deserta e o sol queimava. Um abutre esperava a morte de uma criança escura, em extremo magra, que, quase deitada de bruços sobre a terra vermelha, não tinha forças para se mexer.
Onde estarias? Continuei a procurar-te - ou a fugir de tudo aquilo? Andei por muitos lugares. Cruzei-me com homens tristes e crianças ocas. Encontrei uma mulher cujo filho partira havia muito e não voltara; e um velho muito velho a quem não deixavam viver na casa da família que fundara. Vi os doentes e aqueles que, tendo saúde, sofriam por dentro qualquer coisa pior que a doença.
E, na minha correria, pareceu-me não ver na terra alegria nem festas, nem fogueiras nas casas. Embora os homens se agitassem muito em ruído e imitação de felicidade, pareceu-me que eram vazias todas as palavras que diziam. E tive pena deles. Toda a Terra era um mar de sofrimento e disparates. Onde estarias?
Sentei-me então numa pedra à beira do caminho, porque estava cansado e não entendia o que tinha sucedido. Porque precisava de pensar. E compreendi que tinha começado a ver aquilo que antes não podia ver, e que era isso o que me perturbava.
Passou o tempo e ainda aqui estou, sentado na pedra, à beira do caminho. Dói-me a cabeça e apenas consegui obter uma suspeita: talvez suceda que estejas escondido de alguma forma no leproso, nos homens tristes, nos doentes, na criança que sofre. E que, fugindo deles, eu fuja de ti. E que, para te abraçar, eu tenha de os abraçar. Tive este pressentimento porque é sempre com eles que me encontro quando te procuro.
Talvez exista um mistério e seja necessária coragem para o entender. Pode muito bem ser que não tenhas vindo para nos oferecer uma festa com presentes, mas para nos confiar uma tarefa: a mesma que escolheste para ti. Dar a vida pelos outros, não foi?
E se eu fosse, devagarinho, até à gruta? Existe valor em dar um primeiro passo. Se eu partir, talvez se acenda uma luz nesta cabeça que me dói; talvez pelo caminho ganhe coragem; talvez consiga, até, abraçar o leproso. Talvez já te possa ver nas palhinhas...

Paulo Geraldo

8 comentários:

Anónimo disse...

O meu coração está cheio!!! Cheio de felicidade e de um Amor cujas palavras não traduzem... e agradeço todos os dias o facto de estares sempre comigo para o poder partilhar. Apesar de termos caminho de aprendizagem diferentes, energias diferentes, amo-te e esse Amor expande-se de uma forma avassaladora... fazendo de mim uma melhor pessoa.
Hoje estava aqui sentada na minha secretária, depois de ter tido a minha conversa matinal com o sol, e uma música começa na rádio... e de repente a felicidade era tão grande (nem o sorriso chegava para a libertar) que as lágrimas escorreram pelo meu rosto abaixo, terminando o sorriso mais rasgado de todos os tempos! Sou feliz... sinto-me cheia... e tu sempre foste e serás uma das peças fundamentais do puzzle da minha vida. Se um Ser que caminha, para outro Ser que caminha em verdade te digo: Isto não é nada fácil, mas é delicioso e não há nada que o Amor não supere. Vamos continuar na luta, sempre com uma sorriso rasgado e no dia que alguma de nós não o conseguir fazer que a outra, com o coração cheio de Amor, possa com os dedos indicadores ajudar os cantos da boca a formar o sorriso.
AMO_TE

Anónimo disse...

Vera,

Passei só para deixar um beijo.

Luísa

Anónimo disse...

Há pouco tempo dei por mim a pensar com raiva em Deus. Só pensava que se Ele existia, então estava sempre de folga. De outra maneira não seria possível o sofrimento de perder alguém a quem a morte levou prematuramente, por capricho. Acredito na fé interior e onde ela nos pode levar, acredito que por mais que o nosso destino esteja traçado, não passa de um esboço, cabendo-nos a nós criar os contornos, mas esse pensamento falhou na hora de ver partir uma pessoa querida, amada, que tinha tudo para ser feliz e não deixaram. Chorei de raiva, de tristeza, não queria ouvir desculpas para a vida, mas a persistência dos sorrisos iluminados, ofertas de verdadeiros anjos na terra foram acalmando a minha dor e com os seus pensamentos e palavras me fizeram seguir, mais um dia na minha vida. Um passo de cada vez, mas com uma confiança renovada de quem não caminha sozinho.
Acredito agora que o poder de mudar o mundo está nas nossas mãos, que por mais que discuta com Deus ou me recuse a acreditar nele, o importante é saber que a fé que os outros depositam nele e a minha fé interior, juntas, poderão fazer alguma mudança e quando a vida se recusar a nos ajudar, estaremos lá, unidos para lhe fazer frente com amor e perseverança e assim podermos mostrar a todos que afinal, a vida pesar dos seus contratempos, vale a pena ser vivida.

Um beijo de quem vê em ti uma inspiração para outros.
Ana Piteira

Vera Xavier disse...

Obrigada pela tua visita, Luisa.
Volta sempre ; )
Vera

Vera Xavier disse...

És linda, Piteira e és uma Mulher valente!
A fragilidade faz parte do processo e aceita-la é sinal de grandeza de alma!
Um abraço cheio de ternura
Vera

Maria disse...

querida Verinha!
Queria deixar-te um grande beijinho e agradecer a tua vida, luz e exemplo!
Um xi, Mi

Anónimo disse...

Olá Vera
O que eu acabei de ler tambem me fez chorar.Esse maravilhosos Ser chamado Jesus tem sido o meu companheiro desta vida, com ele aprendi a estar só sem estar,tenho passados por muitos momentos e em cad um deles Ele está sempre lá.

Um abraço de alma

Salamandra

Anemolif disse...

O Amor de Jesus é eterno.
Jesus dizia:"deixai vir a mim as criancinhas. Delas será o reino dos céus".
Significa que temos de ser dóceis e puros para compreendermos as atitudes uns dos outros. Temos que saber simplificar e perdoar. Temos de saber sorrir. Temos de saber respeitar para sermos respeitados...